Sobre mim

Meu nome é Viviane, mais conhecida como Vivi pela família, amigos e fãs ❤️

Sou filha de mãe solteira, nasci em uma comunidade carente de Niterói, RJ. Minha infância foi marcada pela perda de um irmão mais velho muito querido, o Guto. Isso, somado aos sons dos tiros e outros eventos que não vêm ao caso, me deixaram um pouco traumatizada desde pequena. Sempre fui uma criança um pouco nervosa e não tolerava desaforos 😂.


Desde criança sempre amei música, samba, carnaval, dança e canto - tudo que envolvia arte me interessava profundamente. Parecia que eu estava fugindo do mundo real, conseguia me concentrar melhor em outras coisas além da escola. Memorizar funk, mas não conseguia lembrar das coisas da escola. Não fui uma aluna exemplar e não me orgulho disso, estudei apenas até a quinta série na escola, onde eu fazia batuque na mesa com alguns amigos - a turma do fundão. Essa escola me ensinou muito!


Além da escola, tive uma influência musical em casa. Meu pai, que eu chamo de padrinho que me criou, também é compositor de sambas de blocos e de enredo dos carnavais do Rio de Janeiro. Ele ia muito ao Samba do “Simpatia Quase Amor”. Meu padrinho Sebastião, que sinto saudades, me dava dez centavos por cada cabelo branco que arrancava de sua cabeça e eu, empreendedora, aceitava o desafio - isso não é brincadeira! Tenho um carinho especial por ele 🥰. Sem perceber, estava me preparando para ser uma pessoa única. Ele estava me ajudando a descobrir o que queria ser quando crescesse: uma artista! 🤩


Sempre tive veia artística, mesmo que não acreditem. Gostava de cantar, mesmo sendo desafinada, de dançar, mesmo sem coordenação motora, e de tocar instrumentos, embora tivesse dificuldade de concentração. Eu era aquela criança que ia para os pagodes com minha mãe desde muito nova e sambava muito, ela tinha que me puxar de volta 🤣.


Posso dizer que cresci no samba, e na adolescência comecei a gostar muito de funk, hip-hop e rap, freestyle que é o rap de improviso, e sempre curti ouvir Racionais MC's. Minha mãe não gostava disso pelas letras pesadas, e até levei broncas por dançar músicas da Tati Quebra-Barraco que é uma grande referência no funk, de quem sou grande fã. Minha mãe se preocupava com o que os vizinhos pensavam, sabe como mãe é, né? 


Entre os meu favoritos estavam Claudinho & Buchecha, Gabriel o Pensador, MC Marcinho, MC Cacau, Racionais, Duda do Borel, Mr. Catra, MC Katia, Cidinho & Doca, Mc Bobô, lembro de minha mãe chegando com a fita cassete do Gabriel o Pensador e dizendo: "Se você gosta de ouvir isso, então ouça". Consegui convencê-la de que era diferente dos meus dois irmãos, desde muito jovem, já sabia o que queria fazer da minha vida. A música estava nas veias, eu queria ser artista, e na banda escolar eu me destacava. Modéstia à parte, eu arrasava na percussão e adorava os concursos. Íamos de ônibus para várias apresentações, conhecendo diversos municípios, cidades e estados. Graças à banda escolar eu tenho uma boa noção de percussão. Naquela época, eu e alguns outros amigos fundámos um grupo de lambaeróbica. Foi uma sensação dançar nesses grupos, é claro que queríamos dançar no palco. Quase esqueci, participei de dois grupos de dança e de um bonde que se chamava Bonde dos Médicos. Fomos chamados para abrir um show de Bonde do Vinho, que fez sensação nesse período e para a Tati Quebra Barraco, num clube do Inoã Maricá, isso foi incrível. 😃


Minha vida deu uma reviravolta devido a um problema familiar e eu tive que me mudar. Comecei a trabalhar em um bar para poder juntar dinheiro e comprar algumas coisas para mim mesma e para ir aos bailes no Rio que eu frequentava contra a vontade da minha mãe. Levando em conta que eu ia sozinha e sempre falava "eu vou com deus mãe", assim era, eu ia e voltava em segurança e fazia amigos pelos lugares que eu passava e sempre era bem-vinda quando retornava. Era uma jornada longa de Maricá para o Complexo do Alemão ou Rocinha, cara se tem noção que era no início dos anos 2000? Todo fim de semana eu tentava cantar no baile, sempre mantendo a disciplina. Trabalhei ali no bar por um tempo, até que nos mudamos novamente. 😔


Em algum momento me cansei de me mudar constantemente e fugi de casa. Fui para a casa de algumas pessoas como a Dany da caixa-d'água, que me acolheu (jamais vou esquecer 😘), a Gordinha da Biquinha que me escondeu lá quando várias bateram a porta na minha cara. Eu conheci pessoas que me ajudaram e outras que me prejudicaram na escola da vida. Um dia parece que tu vive um ano dependendo do lugar que tu tiver. Tu amadurece na marra e aprende que o certo e o certo, e manter a disciplina te faz sobreviver na selva. Passei por situações que não vou detalhar aqui, mas sobrevivi. Na época dos ônibus dos bailes ninguém dormia, eu batia com as mãos e cantava funk dos artistas da época e fazia rimas. A galera não podia fechar os olhos, no início ficavam com raiva, mas depois todos estavam animados e acabávamos cantando juntos.


Nesse meio-tempo fiz dezoito anos, e quatro meses depois conheci uma pessoa maravilhosa, meu marido. Era improvável que nós dois estivéssemos juntos: Ele é ateu e eu acredito muito em Deus. Porém, acredito que depois de todas as adversidades, Deus me deu essa pessoa incrível para estar ao meu lado. 😇


Quero dizer que não sou rica em dinheiro (ainda😉), mas tenho muitas riquezas na vida. Ao longo dos anos, meu marido e eu construímos uma família maravilhosa, com uma filha linda e inteligente. E nove anos depois um filho bonito e esperto.


Quando eu decidi produzir as minhas composições? Foi no período da Pandemia. Durante esse período, decidi produzir algumas músicas. Isso deu tão certo que agora não apenas as músicas, mas também os clipes, estão disponíveis no YouTube. Lembro-me de que tudo tem um começo, e para colher os frutos, é preciso plantar. Este é um breve resumo da minha história, uma jornada cheia de desafios mas que também me trouxe muitas alegrias e sucessos. 🤩

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